Associada Fabiana Saad se despede do Ministério Público que ela tanto estimou e respeitou
Depois de 35 anos, cinco meses e 10 dias de trabalho, a associada Fabiana Saad Gonçalves é mais um membro do Ministério Público do Estado do Espírito Santo que foi para a Inatividade. Ela obteve o direito à aposentadoria há uma semana. Na última sexta-feira (04/08), a promotora de Justiça Fabiana Saad foi ao Departamento de Recursos Humanos do MPES, onde assinou documentos para ratificar a aposentadoria.
Capixaba de Castelo, Fabiana Saad ingressou no MPES em 21 de março de 1997. Antes, ela trabalhou na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e na Advocacia Geral da União. A paixão pelo Ministério Público, entretanto, falou mais alto:
"Desde a faculdade de Direito eu já me afeiçoava ao papel do Ministério Público, e ter ingressado nos quadros da instituição foi um sonho realizado. E o melhor foi perceber, no decorrer da carreira - apesar das inúmeras dificuldades que encontramos no dia a dia de trabalho -, que era exatamente aquilo que eu queria: ser promotora de Justiça", descreve a associada.
Quis o destino que a doutora Fabiana Saad assinasse a papelada com a mesma caneta que ganhou de presente, de colegas e servidores, quando de sua despedida da Promotoria de Justiça Criminal de Vitória, numa linda confraternização realizada no dia 23 de junho. Ela estava lotada naquela unidade ministerial desde 2005. Entretanto, Fabiana Saad trabalhou até o dia 4 de agosto.
Segundo Fabiana Saad, a "aposentadoria é algo que tem que ser muito bem programado e pensado, pois é um encerramento de uma etapa de vida. Especialmente no meu caso, porque ter sido Promotora de Justiça foi uma grande realização profissional".
De acordo com ela, por isso, no início da aposentadoria, "é até um pouco estranho, pelo próprio hábito do trabalho, pela falta do convívio com o pessoal, e porque produzir é uma das coisas que dá sentido à vida". Todavia, revela Fabiana Saad, "tudo isso, misturado a uma grande euforia, porque é muito bom se sentir dona do seu tempo".
A associada ressalta que a aposentadoria não pode ser encarada como férias eternas e diz que já tem vários planos para o futuro: "Meus planos para o futuro, porém, vão ficar só para o início do ano que vem. Por enquanto, quero descansar, cuidar de inúmeras coisas da vida pessoal que acabamos deixando de lado por causa do trabalho, e, principalmente, conviver mais com as pessoas que tanto amo e estimo".
Fabiana Saad deixa uma frase para as amigas e amigos que tem dentro do MPES: "Dizem que existe uma forma de se despedir sem dizer adeus: é levando tudo que nos é caro no coração. Então, assim, me despeço do Ministério Público que tanto estimei e respeitei".
A despedida da doutora Fabiana Saad teve também um rito de emoção, que veio pelas palavras do promotor de Justiça Sérgio Alves Pereira, com quem ela trabalhou na Promotoria de Justiça Criminal por vários anos. Coube a ele falar em nome dos colegas.
"A doutora Fabiana Saad, que se despede de nós como membro ativa do Ministério Público, teve uma carreira brilhante. Destaco em particular a missão dela como promotora de Justiça da Promotoria de Execução Penal", disse Sérgio Alves Pereira.
Ele lembrou que a associada Fabiana Saad ganhou de presente uma obra confeccionada por um detento da Penitenciária Agrícola em Viana.
"O simbolismo da obra foi muito importante, pois se trata de uma planta que floresce em um tronco de árvore morta. O reeducando é o tronco sem vida e o trabalho do Promotor de Justiça da Execução Penal é contribuir para que desse tronco brote vida. Para isso, basta que o apenado tenha o tratamento adequado e que pessoas do bem se unam nesse propósito. E o papel da doutora Fabiana Saad na Execução Penal foi primordial para a recuperação de várias vidas", salientou Sérgio Alves Pereira, que concluiu:
"Portanto, Fabiana Saad, você pode considerar que a sua missão foi cumprida, pois muito fez durante toda sua carreira ministerial para que vidas novas brotassem de muitos troncos abandonados e sem vida".