Doutor Ulysses Gusman lança a “Trajetória de Uma Vida” no auditório da AESMP

Data da postagem: 13/12/2016

O procurador de Justiça Inativo Ulysses Gusman, que completou 78 anos no dia 6 deste mês, lança na sexta-feira (16/12) seu primeiro livro, "Trajetória de Uma Vida”, no auditório da Sede Administrativa da Associação Espírito-Santense do Ministério Público (AESMP), a partir das 17 horas.  A AESMP fica na rua Professora Emília Franklin Molulo, 154,em Bento Ferreira, Vitória. Será uma tarde/noite de autógrafos em que o doutor Gusman poderá rever grandes amigos e colegas.


 


O livro retrata a trajetória desse cidadão que é um dos baluartes do "Parquet” capixaba. Filiado à AESMP, o doutor Ulysses Gusman dedicou exatos 38 anos e três meses ao Ministério Público Estadual. Decidiu escrever o "Trajetória de Uma Vida” como forma de gratidão às pessoas que ajudaram, sobretudo a sua família, na sua formação como cidadão e jurista:


 


"Quando meu pai, o servidor público municipal de Linhares Miguel Gusman Júnior, morreu em julho de 1953, minha mãe (Corina Tristão Gusman) enfrentou dificuldades para cuidar dos filhos. Ela tinha apenas um pequeno salário de professora do interior. Foi aí que surgiu a figura do cidadão Gerles Gama em nosso caminho. Ele era presidente da Câmara de Vereadores de Linhares e propôs ao legislativo a criação de um projeto de lei para que os vencimentos de meu pai fossem transformados em pensão para minha mãe. A Câmara aprovou e o prefeito Joaquim Calmo  transformou em lei. Sou grato a esses cidadãos e também a outros tantos, como os médicos que cuidaram de minha enfermidade quando fiquei internado”, relembra o doutor Ulysses Gusman.


 


"Meu pai foi interventor do Município de Lingares por duas vezes durante a ditadura de Getúlio Vargas. Meu pai era contra a ditadura Vargas e, mesmo assim, foi nomeado interventor pelo Governador do Estado do Espírito Santo”, diz Ulysses Gusman.


 


No livro, o autor reproduz 22 discursos que proferiu por diversos momentos de sua história ministerial. Muitos dos discursos são homenagens que ele fazia a colegas no momento de posses deles como procuradores-gerais de Justiça.


 


Ulysses Gusman reescreve também 14 homenagens que recebeu, principalmente, nas sessões das Câmaras e nas reuniões do Pleno do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo. "Comecei a imaginar o livro quando ia a sessões do Tribunal Pleno substituir o Procurador-Geral de Justiça. Via que desembargadores como José Eduardo Grandi Ribeiro, Geraldo Corrêa da Silva, Antônio José Feu Rosa, dentre outros,  tratavam os Membros do Ministério  Público com muita cordialidade e respeito.”


 


O mais novo escritor não evita falar de temas modernos, como a tentativa de alguns políticos em criar projetos de lei que visam reduzir a independência do Ministério Público e do Judiciário, ao mesmo tempo que objetivam punir promotores de Justiça e magistrados: "Todo órgão que visa garantir a moralidade é combatido. Não se pode punir membros do MP e da Magistratura por conta de suas atribuições constitucionais”, pondera Ulysses Gusman.


 


Ele dá nota 10 à Operação Lava Jato, conduzida por procuradores da República e pela Polícia Federal. "A Lava Jato trouxe de volta um sentimento de brasilidade ao nosso povo. A Operação Lava Jato é uma bênção de Deus e o juiz Sérgio Moro é um magistrado corajoso. Aliás, coragem é o que não pode faltar a um magistrado. Eu mesmo só trabalhei, ao longo de 38 anos de carreira ministerial, com juízes corajosos”, afirma Ulysses Gusman, que vai doar toda renda arrecadada com a venda do livro para o Asilo dos Idosos de Vitória.


 


Uma trajetória de sucesso no Ministério Público


Natural de Guaçuí, Região do Caparaó do Espírito Santo, Ulysses Gusman nasceu no dia 6 de dezembro de 1938. Filho de Miguel Gusman Junior e Corina Tristão Gusman, casou-se com Olga Bardi Gusman, com quem tem três filhos: Ulysses Júnior, Rachel e Alex Antônio, já falecido.


 


"Meu caçula Alex faleceu com 15 anos de idade, depois de um procedimento dentário. Ele nos deixou muito cedo”, lamenta o doutor Ulysses, com emoção. O filho Júnior é engenheiro, enquanto Rachel Bardi Gusman é promotora de Justiça.


 


Conforme relata em seu livro, doutor Gusman fez o antigo primário no Grupo Escolar Bartolvino Costa, em Linhares, e o ginásio na Escola Afrânio Peixoto (Escola da Campanha Nacional Educandário Gratuito) –  entidade fundada no Recife em 1944. Formou-se em Contabilidade pela Escola de Comércio Capixaba, localizada em frente ao Palácio Anchieta, em Vitória, no ano de 1962. Após, ingressou na Faculdade de Direito do Espírito Santo (hoje Ufes), onde concluiu o curso em 1968. Fez especialização em Direito do Estado, pela Consultime, e em Direito Penal e Processo Penal, pela Universidade Gama Filho.


 


Ele ingressou no Ministério Público do Estado do Espírito Santo em 1970. Foi nomeado para exercer, em caráter efetivo, o cargo de Promotor Substituto no dia 6 de julho daquele ano em que a Seleção Brasileira conquistou o Tri Mundial no México. Ao mesmo tempo, foi designado para funcionar na 11ª Zona Judiciária, na Comarca de Linhares.


 


Ulysses Gusman atuou também nas comarcas de Aracruz, Domingos Martins, Anchieta, São Mateus, Conceição da Barra, São Gabriel da Palha, Mantenópolis, Mucurici, Santa Teresa, Ecoporanga, Nova Venécia, Pinheiros, Colatina, Cachoeiro de Itapemirim, Conceição do Castelo, Vitória e Vila Velha.


 


Durante os 38 anos de carreira ministerial, foi promovido diversas vezes por merecimento. Em 1990, novamente promovido, saiu da Promotoria de Justiça da 2ª Vara Cível da Comarca da Capital (Juízo de Vitória), de 3ª entrância, para o cargo de Procurador de Justiça.


 


De 17 de dezembro de 1990 a 14 de junho de 1991, integrou o Conselho Deliberativo do Instituto da Previdência e Assistência Jerônimo Monteiro, como membro e representante da Procuradoria-Geral de Justiça.


 


Em 1994, foi designado para atuar junto às Câmaras Isoladas do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, a partir de 9 de junho. No dia 13 de fevereiro de 1995, foi designado para compor a Procuradoria de Justiça Criminal com atribuições perante as Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça.


 


Em 2003, foi chefe da Procuradoria de Justiça Criminal e eleito para compor o Conselho do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf). Foi membro do Conselho Superior do Ministério Público, de 1997 a 1999.


 


Além da carreira ministerial, o doutor Ulysses Gusman trabalhou na Companhia Vale do Rio Doce e foi professor universitário, a partir de 1981. Lecionou Direito Penal na Faculdade de Direito de Colatina (hoje Unesc); na UVV; na Fanorte, em Linhares; Univix e Faculdade Nacional, ambas em Vitória. Também deu aula de Direito Penal e Processo Penal na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).


 


Aposentou-se voluntariamente em 19 de novembro de 2008, após 38 anos dedicados ao Ministério Público Estadual.