Encontro no MPES discute atuação conjunta de instituições no combate à corrupção

Data da postagem: 11/12/2017

As oito instituições que compõem o Fórum de Combate à Corrupção do Espírito Santo (Focco-ES) realizaram na quinta-feira (07/12) o I Encontro do Dia Internacional Contra a Corrupção. No evento, foram discutidos temas de expressão no cenário nacional e capixaba de combate a este crime, além de se compartilhar a evolução de algumas ações conjuntas realizadas pelas entidades do Focco-ES. Clique Aqui para ver fotos do evento.


 


O secretário de Controle Externo do Tribunal de Contas da União no Espírito Santo (TCU), Edmur Baida, coordenador do Focco-ES, disse que esse é o primeiro evento das instituições e espera que outros ocorram nos próximos anos. "É importante essa integração das instituições e fazer essa apresentação das ações desenvolvidas para o combate à corrupção.”


 


O presidente do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES), conselheiro Sérgio Aboudib, também ressaltou a integração dos órgãos de controle, a colaboração, o compartilhamento de informações, a confiança e a atuação de forma organizada, como forma de combater a corrupção.


 


"Esse câncer (corrupção) que corrói o nosso País desvia dinheiro da saúde, da educação e da segurança pública. O Tribunal de Contas está em um caminho sem volta no combate à corrupção, no combate ao desperdício e à ineficiência, reafirmando valores de transparência e sustentabilidade”, garantiu o conselheiro  Aboudib.


 


O subprocurador-geral de Justiça Institucional do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), Gustavo Modenesi, disse ser uma honra para o MPES sediar o evento, já que possui o dever de fomentar a discussão de questões afetas ao combate à corrupção nos cenários capixaba e nacional.


 


"O importante é discutir ações conjuntas, compartilhar métodos e dados para minimizar as consequências vis dessa modalidade criminosa. Em tempo de crise econômica, em que os recursos públicos se apresentam com escassez, é providencial um evento dessa magnitude, que contribui para o controle e a coibição desse nefasto fenômeno que está enraizado não só nos espaços públicos, mas no ambiente privado, elevando com isso o custo Brasil e a desigualdade social no nosso país, fulminando o desenvolvimento e a efetivação de políticas públicas”, avaliou o procurador de Justiça Gustavo Modenesi.


 


O primeiro palestrante foi Rafael Jardim, secretário da Secretaria de Relações Institucionais no Combate à Fraude e Corrupção do Tribunal de Contas da União (TCU), com o tema "O combate à corrupção: o papel do Controle Externo". Para ele, foi um dia de prestação de contas, análise, accountability, conciliação com a sociedade e de diálogo com os órgãos de controle.


 


"Espero que essa experiência seja válida no diálogo com a sociedade, procurando sempre melhorar. Toda relação de confiança começa com transparência e honestidade. É preciso reconhecer que demos muitos passos, que alguma coisa tem mudado. Verificar como atuamos e o que temos que melhorar. Cada trabalho nosso que não tenha o viés de melhorar, de aprimorar a fiscalização, é jogar dinheiro fora”, analisou.


 


O ouvidor-geral da Petrobras, Mário Vinicius Claussen Spinelli, apontou a corrupção como o maior problema das sociedades democráticas modernas e como isso gera uma descrença geral por parte da sociedade, ao palestrar com o tema "Desafios e prioridades do combate à corrupção no Brasil".


 


"Quando um cidadão não confia no seu governo, ele se afasta da política e o ciclo da corrupção é perpetuado. É importante entendermos que a corrupção não é um problema apenas no Brasil, mas devemos buscar combatê-la por meio de ações como uma reforma política e tributária”, salientou.


 


O terceiro palestrante do evento foi o delegado da Polícia Federal Luciano Flores de Lima, que atuou no Grupo de Investigação da Operação Lava Jato e na Força Tarefa CC5 do Caso Banestado. O tema abordado foi: "Moedas virtuais e os desafios para as investigações". Ele explicou que, por trás das moedas virtuais, não existem instituições formais, como o Banco Central, no caso da moeda brasileira. Mostrou que o funcionamento depende muito mais do investidor, ou daquele que utiliza a moeda, do que de uma possível fiscalização.


 


"Temos que acompanhar os avanços tecnológicos em todas as frentes para que possamos ter uma fiscalização eficaz”, sentenciou Luciano Flores.


 


Em seguida, foi realizada a entrega do prêmio do 9º Concurso de Desenho e Redação na categoria do 2º ano do ensino fundamental para a professora Luriam Adam Milke, da aluna Yasmin Zibel, de oito anos de idade, de uma escola de Afonso Cláudio. O mote foi "Todos os dias é dia de cidadania”, em que foram trabalhados direitos e deveres, conforme explicou a professora.


 


O fechamento do evento foi com o doutor em Psicologia Clínica, autor de livros sobre psicanálise e psicologia aplicada Luiz Alberto Hanns, conferencista da Casa do Saber, em São Paulo — um centro de debates e disseminação do conhecimento. A palestra foi em torno do tema "As três dimensões da corrupção no Brasil”.


 


O Focco-ES foi criado em 2016 com objetivo de tornar mais efetivo o combate às fraudes e desvios na gestão pública. Participam do fórum o Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES), o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), o Ministério Público Federal (MPF/ES), o Tribunal de Contas da União (TCU), a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), a Delegacia da Receita Federal (DRF-ES), a Superintendência de Polícia Federal (SPF-ES) e o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU).


 


(Com informações do portal do MPES)